sábado, 14 de maio de 2011

A minha alma não assusta os corvos.


Minha alma é como um velho espantalho
Que os corvos não assustam mais
Minha alma é um espantalho
Que ver-se travestido de homem
Mas reserva no peito a moradia dos ratos
E de outros bichos que não saem à luz
A minha alma esta presa a terra
Crucificada sem ao menos ter escolhido o martírio
Obrigada a assistir o entardecer
Com os olhos duros e frios de um botão
minha alma esta enraizada na terra
Mas impedida de gerar algum fruto.
.
Mas esta alma esta de braços abertos para sentir a vida
Embora o que sinta, é o suceder eterno das estações.
Não sente, pois sua cabeça esta cheia de coisas
Que só lhe servem para sustentar lhe a cabeça
Foi-lhe apregoado o tédio mudo, daquele que espera o fim
Por isso a paciência resignada como daqueles
Que esperam que o outro lhe ponham um sorriso.
A minha alma esta velha e deteriorada
Só o vento a faz balançar
Só a chuva a faz chorar.
Sabe, minha alma é fraca para combater os corvos
Confesso...
Minha alma é frágil para vencer o tempo
Confesso...
Mas,ela preserva sonhos tamanhos
Onde o amanha ainda dorme
Confiando na proteção do vigia
Que, parado a observar o trigo
Deseja com esperança
A germinação do grão.
14/05/2011

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